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5.08.2011

Primeiramente...

A Dor.

Somente um garoto como qualquer outro, se é que podemos comparar as pessoas. Acredito mesmo que cada um trás consigo uma carga única de energia e conceitos, ideais e amores, porém, me refiro ao fato de ele ser somente mais um dentro dessa sociedade maluca.

Ambiciosa sociedade.

Indo e voltando do colégio, de suas festinhas de garagem, da casa de amigos e de um hospital. Algo dizia que tudo iria dar certo, mas não deu. Triste pensar que a vida quase perfeita desse rapaz se desfez com uma coisa boa que é a morte. Eu digo que ela é boa, pois nos livra desse mundo terrível, por outro lado, como tudo que é considerado vida, nada se cria, tudo se transforma, sendo assim, se alguma coisa boa acontece, uma situação ruim virá, e o ruim da morte é deixar os mais fracos sozinhos para que possam erguer-se com esforço próprio. Parece tão ruim visto dessa forma?

A vida continua, sempre continua.

Quando se sente a dor da solidão é que o caráter vem à tona, mas que caráter tem um garoto simples que sempre estudou em colégios particulares e só usou roupas de marca a vida inteira somente para competir com outros da mesma faixa etária? Diga-me, amigo, sua dor é maior que seus conceitos? Quando tudo desmorona a nossa volta, sim, podemos chorar, mas, claro, para depois analisar o que está realmente acontecendo. Que autocontrole esse garoto tem para analisar uma perda de tamanha dimensão logo no auge de seu amadurecimento?

Mudanças vêm.

Aquele cabelo raspado, aquelas roupas, aquelas atitudes... o quanto isso tudo é real? Perguntas e mais perguntas. A sociedade agride, machuca, mas traz com ela pessoas de bom coração, e isso é tudo que esse garoto procura. Filosofias de vida não fazem mais sentido algum, palavras doces que se explodam em mil pedaços, elas jamais trarão suficiente conforto. Corra, rapaz... corra o mais rápido que puder, pois o tempo não vai parar por ti, não conheço histórias que provem o contrário disso. Finalmente a revolta.

A revolta ainda é dor, aprendi isso recentemente.

Ela tem um jeito único de conversar, não sei o quanto esse relacionamento vai durar, mas já valeu a pena. Entendo agora que esse garoto sente demasiada vontade de ter sua mãe novamente, ainda mais hoje, dia oito de maio, o dia das mães menos comemorado que ele já passou. Engraçado, triste, irônico... O que faz dele uma pessoa comum é ter nascido no meio de todas as pessoas como somente mais um, mas o que faz dele uma pessoa especial é ele saber disso e se sentir frustrado por não ter poder para reverter essa dor ou, pior, entender o motivo dela. Entende? O não saber faz de nós pessoas especiais, pois se não sabemos, se não temos conhecimento ou capacidade de entendimento tudo à nossa volta é fantástico. Crianças passam o tempo todo perguntando, apontando, procurando respostas, e isso faz delas seres especiais. Acho fantástico quando sou bombardeado de perguntas infantis que faço sempre questão de responder da forma mais divertida e verdadeira possível.

O menino, já quase adulto, chora sozinho em seu quarto enquanto seus amigos ligam para ele o convidando para sair.

As pessoas merecem sofrer, pois elas causam sofrimento. Correto dentro da mente de uma pessoa que já não liga para o certo ou o errado. Irônico dizer que algo soa certo enquanto, da boca para fora, palavras de rancor saem e insistem em querer dizer que nada mais importa. Algo ainda importa para ele. Jamais deixe sua luta por que sofre com outros assuntos.

Jamais deixe de lutar.

Me mostre o que é a vida agora! VAMOS! ... Melhor deixar pra lá. Temo a resposta.

2 comentários:

  1. Fascinante o texto. Nele tu exprime bem que se sente revoltado com a falta que a tua mãe faz, mas, acima de tudo, tem consciência da morte e frieza para tratar um sentimento impar como par.
    É visivel o amadurecimento deste jovem.

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